domingo, 27 de maio de 2007

A VERDADE OLIMPICA - os gregos disputaram competições esportivas que inspiraram as Olimpíadas modernas como forma de se preparar para as guerras



Em 776 a.C., após deixar para trás seis adversários, o grego Corobeu venceu a única prova daquela que ficaria conhecida como a primeira edição dos Jogos Olímpicos. Diferentemente do que se imagina, não foi uma corrida de longa distância: o cidadão da cidade de Elis percorreu apenas os 192 metros de extensão do estádio de Olímpia, na península do Peloponeso. A idéia de que a maratona foi o primeiro esporte olímpico, portanto, não passa de um mito.
Segundo esse mito, em 490 a.C., durante o período de guerras entre gregos e persas, um corredor chamado Fidípides teria atravessado quase 100 quilômetros entre Atenas e Esparta para buscar ajuda. Outra versão conta que um homem chamado Eucles percorreu a distância entre Atenas e a cidade de Maratona para participar da batalha. Com a vitória dos gregos, ele retornou a Atenas para dar a notícia, um esforço de 40 quilômetros entre ida e volta que teria custado sua vida.
Nigel Spivey, professor de Artes Clássicas e Arqueologia na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e autor de The Ancient Olympics ("As Olimpíadas antigas", inédito em português), afirma que o equívoco pode ser esclarecido ao se analisar a formação social da Grécia antiga. "Isso que chamamos de corrida de longa distância nunca tinha sido considerado esporte, tendo em vista que o trabalho de levar mensagens entre as cidades era função de servos e escravos."
Na democracia grega, apenas homens livres eram considerados cidadãos. Entre seus direitos estavam as decisões políticas e a participação no exército. Essa natureza bélica, enraizada na própria mitologia, também se relaciona com a atenção dada ao corpo. A prática constante de atividades físicas era a responsável por mantê-los preparados para as guerras - e acabou dando origem às Olimpíadas. As cidades-estados só alcançavam esse status se oferecessem para a população um local para a prática de esportes - o estádio. A partir do século 8 a.C., a Grécia estabeleceu um calendário de competições para motivar seus "atletas".
A primazia de Olímpia sobre as demais cidades gregas na organização dos jogos está fundamentada na mitologia. Filho de Zeus, o herói Hércules teria inaugurado os Jogos Olímpicos como forma de comemorar o sucesso de um de seus 12 trabalhos: a limpeza dos estábulos de Audias, rei de Elis. Concretamente, sabe-se que essa lenda foi representada em Olímpia pelo escultor Fídias, que, em 440 a.C., foi o responsável pela construção do mais importante templo em homenagem a Zeus, que se transformou numa das Sete Maravilhas do mundo antigo. A estátua fez com que a cidade se tornasse o principal ponto de encontro dos festivais religiosos. E a proximidade do estádio fez com que Olímpia se destacasse como palco dos esportes.
Por mais de 40 anos, a participação foi restrita a atletas da região. Mas, entre 732 a.C. e 696 a.C., a lista de vitoriosos passou a incluir cidadãos de Atenas e Esparta. E, a partir do século 6 a.C., os jogos passaram a receber inscrições de qualquer homem que falasse grego, fosse ele da Itália, do Egito ou da Ásia."Participar de torneios como aqueles não era, de fato, apenas competir", afirma Nigel Spivey. "Os atletas dirigiam-se para as Olimpíadas antigas com o interesse de ganhar e ser reconhecidos como os melhores."
Ao longo dos anos, diversas cidades-estados passaram a realizar suas próprias disputas, que também carregavam um forte viés religioso. Como forma de homenagear a deusa Atena, os chamados Jogos Panatenáicos foram instituídos em Atenas em 566 a.C., mas acabaram ofuscados por outros torneios. Esse novo circuito de competições, conhecido como Jogos Sagrados, era sediado em Olímpia e Delfos - a cada quatro anos - e em Corinto e Nemea - a cada dois anos.
Bigas e sangueEmbora a primeira Olimpíada tenha acolhido apenas uma disputa, novas categorias foram incluídas ao longo dos mais de mil anos do evento como forma de disputa política e militar. As corridas de biga, inicialmente com quatro cavalos, inauguraram um novo espaço de competições, o hipódromo, em 680 a.C., data da 25ª edição dos jogos. Diversos personagens históricos protagonizaram embates nessa modalidade. O político Alcibíades, amigo e entusiasta de Sócrates, participou da corrida de 416 a.C. com nada menos que sete bigas. Segundo o historiador Tucídides, conquistou o primeiro, o segundo e o quarto lugares. Em 67 d.C., já sob o domínio romano, os gregos assistiram ao imperador Nero ser coroado vencedor mesmo sem ter cruzado a linha de chegada com sua biga puxada por dez cavalos.
Embates corporais também fizeram parte do calendário olímpico da Antiguidade. Uma das modalidades, conhecida hoje como luta greco-romana, já fazia parte do treinamento físico dos jovens da Grécia desde o século 10 a.C. Os primeiros vestígios da inclusão dessa luta numa Olimpíada datam de 400 anos depois: foram encontrados em fragmentos de uma placa de bronze. Para vencer a luta, não havia contagem de tempo. As categorias eram divididas por idade. Era preciso jogar o oponente ao chão pelo menos três vezes - sem quebrar os dedos do adversário.
O boxe também foi disputado. Um busto representando um lutador de 330 a.C. dá conta da violência da modalidade - há inúmeras cicatrizes na imagem de bronze. Não havia luvas, rounds ou regras claras para aliviar o sofrimento dos competidores. O orador João Crisóstomo registrou em dois discursos que um tal Melancomas, morador de Cária (localizada na costa da Ásia Menor), teria sido o maior pugilista do primeiro século da era cristã.
A luta mais cruel da competição, porém, foi introduzida no calendário cerca de 100 anos depois da primeira Olimpíada. Para que se tenha idéia, os combatentes do chamado pancrácio eram punidos pelos juízes só em caso de mordidas ou quando um deles arrancasse o olho do adversário. O vencedor acabava venerado pela platéia mesmo quando provocava a morte do oponente.
Conjunto de cinco categorias, o pentatlo era disputado em provas de corrida, salto, luta, arremesso de disco e arremesso de dardo. Respectivamente, corridas e lutas abriam e encerravam o conjunto de provas - com algumas regras próprias, ambas categorias também eram disputadas fora do pentatlo. Na corrida, a distância mais curta envolvia um trajeto de cerca de 200 metros, equivalente ao comprimento dos estádios. Na mais longa, os atletas disputavam a liderança em 24 voltas pelo perímetro do local ou 5 mil metros.
Os jogos da Antiguidade eram violentos. Muitas vezes, serviram para simular batalhas militares. A morte de atletas chegou a ser registrada. A despeito das condições climáticas e mesmo de higiene, sabe-se que os atletas competiam nus. Historiadores antigos registram que essa tradição teria começado em 720 a.C., quando um sujeito chamado Orsipos, de Megara, venceu uma prova de corrida ao notar que sua performance seria melhor se ele abandonasse suas roupas pelo trajeto. A própria palavra "ginástica" tem o termo "nudismo" em seu radical grego gymnos - o que explicaria a proibição de mulheres, fosse como atletas, fosse como espectadoras.
Por mais sangue que tenha sido derramado, os atletas jamais abriram mão de alguma ambição pela vitória. Nem mesmo durante as guerras, ou quando a Grécia esteve sob domínio dos macedônios e dos romanos, as competições esportivas deixaram de ser realizadas. Os jogos, contudo, entraram em declínio na segunda metade do século 4.
Durante o domínio do imperador Teodósio, em 380 o cristianismo foi anunciado como religião oficial do Império Romano, fazendo com que, 13 anos depois, todos os centros esportivos e religiosos que abrigavam festas pagãs fossem fechados. Era o fim dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, que só viriam a ganhar uma versão moderna cerca de 1500 anos mais tarde.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

AS GUERRAS GRECO-PERSICAS

O heroísmo quase lendário dos gregos lhes permitiu vencer, em terra e no mar, contra o vaticínio de seus próprios deuses, a máquina militar persa, a mais poderosa dos impérios da época. Esse feito talvez tenha sido possível porque eles lutavam por sua liberdade.
As guerras greco-pérsicas, pela hegemonia do mar Egeu, também chamadas guerras médicas ou ainda medo-persas, prolongaram-se por quase meio século, de 492 a 449 a.C. O nome de guerras médicas é impreciso e se deve ao fato de medos e persas terem sido considerados pelos gregos como um mesmo povo. O confronto originou-se da expansão do império persa, que submetera as colônias gregas da costa jônica e ameaçava a península helênica depois da ocupação da Trácia oriental.
No ano 499 a.C., diferentes cidades jônicas, entre elas Mileto, com ajuda ateniense, rebelaram-se contra o rei persa Dario I o Grande. O conflito propagou-se pelo norte até o Bósforo e pelo sul até Chipre. Os persas reagiram e subjugaram diversas colônias, até que, no ano 494 a.C., Mileto foi arrasada e seus habitantes deportados para a Mesopotâmia.
Primeira guerra. Sufocada a insurreição, Dario quis castigar as cidades gregas que tinham apoiado os rebeldes. A primeira invasão persa, liderada por Mardônio, conquistou a Trácia e a Macedônia, mas foi interrompida depois que tempestades causaram graves danos à frota.
Uma segunda invasão, no ano 490, foi comandada por Datis, à frente de um exército de cinqüenta mil homens, e Artafernes, chefe de uma frota de 600 navios. O exército persa ocupou Naxos, depois as ilhas Cíclades e passou daí para a península helênica. Ao desembarcar em Maratona, sofreu uma fragorosa derrota para as forças do ateniense Milcíades, que contava com menos homens mas melhor organização. Dario ordenou a retirada, para preparar nova ofensiva, que não se realizou porque ele morreu em 486 a.C.
Segunda guerra. O projeto de invadir a Grécia foi retomado por Xerxes, filho de Dario, que formou nova expedição com cerca de 300.000 homens e mais de 700 navios. Pretendia-se uma conquista lenta e segura. Os persas construíram uma ponte de barcas para cruzar o estreito do Helesponto, entre a Frígia e a Trácia, e construíram um canal na península do monte Atos, para facilitar seu avanço. Xerxes empenhou-se também em instalar na Macedônia uma sólida retaguarda, destinada a abastecer as tropas que iam ao combate.
Depois de choque naval no cabo Artemísio, Leônidas, à frente de um pequeno grupo de espartanos, tentou heroicamente deter, em agosto de 480 a.C., o poderoso exército persa no desfiladeiro das Termópilas, na Tessália. Os defensores foram aniquilados e o invasor caiu sobre a Beócia e a Ática. Temístocles ordenou a evacuação de Atenas e Xerxes saqueou e incendiou a cidade. Os gregos conseguiram recuperar-se e, sob o comando do espartano Euribíades, derrotaram os persas na batalha naval de Salamina, em setembro do ano 480 a.C., com o que o mundo helênico se salvou do desastre.
Xerxes teve que se retirar para a Ásia e deixou as tropas sob as ordens de Mardônio, que passou o inverno acampado na Tessália. No ano seguinte os gregos, chefiados por Pausânias, venceram-no na planície de Platéia, e, pouco depois, a frota persa foi aniquilada em Micala, na costa jônica, perto da cidade de Mileto.
Liga de Delos e a paz. A campanha de Xerxes, que começara vitoriosamente, resultou num fracasso total, já que não só foram destruídos o exército e a frota persa como se perderam os territórios do império na península helênica. Mas os conflitos não terminaram aí: os persas não se deram por vencidos e se empenharam novamente na conquista da Grécia e as colônias jônicas aproveitaram a debilidade persa para deflagrar novas revoltas, com o permanente apoio ateniense. A situação levou as cidades gregas, com exceção de Esparta, a unir-se na chamada liga de Delos, fundada em 478 a.C. e liderada por Atenas. Todos os seus membros deviam pagar um tributo, que era depositado no templo de Apolo, edificado na própria ilha de Delos.
A liga de Delos alcançou um grande triunfo quando, no ano 468 a.C., a frota de Címon, filho de Melcíades, derrotou as tropas persas nas margens do rio Eurimedonte, no sul da Anatólia. O triunfo converteu Atenas na cidade hegemônica do mundo grego, posição vista com receio por sua rival Esparta, o que provocou novos conflitos entre as cidades helênicas. Na Pérsia ocorreu uma conspiração contra Xerxes e subiu ao trono Artaxerxes.
A trégua estabelecida entre Atenas e Esparta em 451 a.C. permitiu que os gregos arrebatassem Chipre aos persas, graças à atuação da frota comandada por Címon. Finalmente, enviou-se à corte persa em Susa, no ano 449 a.C., uma embaixada encabeçada por Calias, que conseguiu fazer a paz, pela qual ambos os lados se comprometiam a não ultrapassar os limites geográficos mútuos e a permitir a independência das cidades do mar Jônio.
Terminavam assim as guerras greco-pérsicas, ainda que não os conflitos entre a cultura ocidental e oriental, reativados pela invasão dos territórios asiáticos por Alexandre o Grande.

domingo, 13 de maio de 2007

A DEMOCRACIA ESCRAVISTA GREGA


“Há muitas maravilhas mas nenhuma é tão maravilhosa quanto o homem... homem de engenho e artes inesgotáveis... soube aprender sozinho a usar a fala e o pensamento mais veloz que o vento... sagaz de certo modo na inventiva além do que seria esperar e na destreza, que o desvia às vezes a maldade, às vezes para o bem...”


Sófocles, Antígona 497-406 a.C.


“Foram as cidades-Estado gregas que, pela primeira vez na história, tornaram a escravidão absoluta na forma e dominante na extensão, transformando-a, de forma de trabalho auxiliar e complementar, em um sistemático modo de produção”.


Rezende Filho, Cyro de Barros. História Econômica Geral. São Paulo: Contexto, 1991, p.24.


“Temos um sistema político... que se chama democracia, pois se trata de um regime concebido, não para uma minoria, mas para as massas. Em virtude das leis (...), todas as pessoas são cidadãos iguais. Por outro lado, é conforme a consideração de que goza em tal ou tal domínio que cada um é preferido para a gestão dos nossos negócios públicos, menos por causa da sua classe social do que pelo seu mérito. E nada importa a pobreza: se alguém pode prestar serviço à Cidade, não é disso impedido pela obscuridade de sua categoria. É como homens livres que administramos o Estado... Obedecemos aos magistrados sucessivos, às leis e sobretudo, às que foram instituídas para socorro dos oprimidos (...).”


Discurso de Péricles em 430 a.C. Freitas, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. 2. Ed. Lisboa: Plátano, 1977, v. I, p. 68.


Os textos acima destacam alguns dos mais importantes aspectos da Grécia antiga, o antropocentrismo, o escravismo e a democracia.
Considerada como a mais expressiva civilização da antigüidade e fonte da cultura ocidental, devido ao seu rico legado artístico, sua Filosofia e Política. Claramente observado no Renascimento italiano, na Idade Moderna, que se inspirou em seus valores, colocando o homem, novamente, no centro do mundo, limitado apenas pela sua razão e vontade. Dois de seus elementos básicos merecem uma maior análise: o escravismo e a democracia.
Como a Península Balcânica não apresentasse condições ideais para a agricultura, os gregos buscaram sua sobrevivência no mar, fundando colônias e desenvolvendo um intenso comércio externo.
O crescimento da produção artesanal durante o período clássico dinamizou as práticas comerciais internas e externas, na maioria das cidades-Estado (menos em Esparta). A nova realidade fortaleceu a economia monetária, mas gerou novas necessidades: conquistar mais áreas consumidoras e fornecedoras de produtos. Toda essa expansão e produção econômica só foi possível com o trabalho escravo, utilizado nos mais variados setores e de forma predominante. Nascimento, dívidas e derrota em guerras de conquistas eram as principais maneiras de se obter escravos na Grécia antiga.
Dividida em cidades-Estado, a Grécia não formou um Estado unificado, apesar da sua unidade cultural. A autonomia política, econômica e social, gerou rivalidades e tensões internas, que levaram a Grécia à decadência e ao domínio macedônico. Nesse sentido conhecer sua história política exige o estudo de casos.
O conceito bem estruturado de cidadania, facilita o entendimento da democracia grega, ou melhor, ateniense.
As reformas de Clístenes institucionalizaram a democracia em Atenas, após diferentes formas de governo (monarquia, oligarquia e tirania), atingindo seu apogeu no governo de Péricles (século V a.C.).
Durante o “Século de Ouro” de Atenas (V a.C.) foi garantida a plena participação do cidadão (entendido como todo aquele que dispunha de direitos políticos, ou seja, homens livres, adultos, nascidos em Atenas e filhos de pai e mãe ateniense), por meio da igualdade de: direito de todos perante a lei (isonomia), direito de acesso à palavra na Assembléia e nos negócios (isegoria) e participação no poder (isocracia). Portanto a democracia ateniense era direta, enquanto a atual é representativa.
A dívida das sociedades ocidentais ao legado grego é imensa, por ter: marcado o início do pensamento racional, com seu desenvolvimento filosófico; ensinado a importância do equilíbrio, da perspectiva e proporção, para as artes; exaltado por completo o homem, com toda sua plenitude e vigor físico e introduzido os valores e princípios de cidadania e democracia.



sábado, 5 de maio de 2007

DIA DO TRABALHO


A data internacional surgiu após protestos e mortes de operários. O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época. Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia. Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.


Leia e reflita - frases sobre o trabalho


"Estes brutos (os operários) só compreendem a força, uma força que possam recordar durante várias gerações..."New York Tribune, 1886, sobre a repressão da greve na preça Haymarket, em Chicago, nos Estados Unidos


"A prisão e os trabalhos forçados são a única solução adequada para a questão social"Chicago Times, 1886, idem acima


"Se é necessário subir também ao cadafalso pelos direitos dos trabalhadores, pela causa da liberdade e para melhorar a sorte dos oprimidos, aqui estou" Alberto Parsons, tipógrafo, 39 anos, operário que participou da manifestação de Chicago em 1886, ao apresentar-se voluntariamente à polícia. Foi preso e enforcado.


"Virá o dia em que o nosso silêncio será mais poderoso que as vozes que nos estrangulais hoje" Agust Spies, tipógrafo de 32 anos, antes de ser enforcado pela participação na manifestação de 1º de maio de 1886


"Festa dos trabalhadores em todos os países, durante a qual o proletariado deve manifestar os objetivos comuns de suas reivindicações, bem como a sua solidariedade" Declaração do documento aprovado pelo Congresso Socialista de Paris em 1889, que instituiu o 1º de maio como Dia Mundial do Trabalho


"Alguns dizem que o trabalho duro nunca matou ninguém. Mas pergunto: pra que arriscar?"Ronald Reagan"Creio bastante na sorte. E tenho constatado que, quanto mais eu trabalho, mais sorte tenho"Thomas Jefferson


"O trabalho é o refúgio dos que não tem nada para fazer"Oscar Wilde "Trabalhando arduamente 8 horas por dia você poderá se tornar um chefe e trabalhar 12 horas por dia"Robert Frost"


Toda profissão é grande quando exercida com grandeza"J.Jofrey
"Um homem é um sucesso se pula da cama de manhã, vai dormir à noite e, nesse meio tempo, faz o que gosta"Bob Dylan"A pessoa devotada à burocracia perdeu a iniciativa. Está lidando com observações que lhe foram informadas, e parou de observar por conta própria. Foi essencialmente derrotada em seu trabalho"


Prof. C. Northcote Parkinson"Amanhã, amanhã, não hoje. Dizem todos os preguiçosos"Cristian Weiss
"Não existe dignidade no trabalho quando nosso trabalho não é aceito livremente"Albert Camus"O trabalho espanta três males: o vício, a pobreza e o tédio.


"Voltaire "O trabalho mais produtivo é aquele que sai das mãos de uma pessoa alegre"Victor Pauchet"


O trabalho persistente vence tudo"Virgílio


"O trabalho só espanta as almas fracas"Luiz XIV


"Para ser bem sucedido no trabalho, a primeira coisa a fazer é apaixonar-se por ele "Mary Lauretta


"Todas as pessoas têm disposição para trabalhar criativamente. O que acontece é que a maioria jamais se dá conta disso "Truman Capote"


"Nosso trabalho mais importante está em casa"Harold Lee


link na internet:

terça-feira, 1 de maio de 2007

O QUE É HISTÓRIA?




HISTÓRIA: História é vida


por GERALDO TERUYA
especial para a Folha


Muitos alunos ainda identificam história como matéria que se memoriza. Nada mais grotesco ou anacrônico. Essa distorção é, em parte, herança da ditadura militar que impôs um ensino acrítico e não-reflexivo. Os tempos mudaram, mas alguns problemas persistem: a falta de leitura, a mercantilização, a má qualidade do ensino e sua desvinculação da realidade. Isso, é claro, incide sobre o estudo da história.

Mas, afinal, o que é história?

É o estudo do passado para entender o presente, mas de um passado vivo, que está presente em nós. Vejamos, por exemplo, a conferência contra o racismo que se realiza em Durban, na África do Sul. Ela nos remete aos séculos do colonialismo, da escravidão e do tráfico de escravos. Duas visões estão em conflito: a dos países ricos e a dos pobres.

As origens do conflito estão ligadas ao processo de afirmação e de expansão do capitalismo desde o século 15. Nele, os países do norte ficaram cada vez mais ricos e os pobres - cuja situação se agravou com a globalização e as políticas neoliberais - ficaram ainda mais pobres. Estes exigem reparações, pelo que sofreram.

Em nome do progresso e da civilização, os países capitalistas dominaram africanos, asiáticos e latino-americanos, sujeitando-os à miséria, à humilhação e ao preconceito. Daí o conflito: os pobres clamam por justiça e pelo fim do preconceito. A chama reacendeu-se, o passado vive.

A luta dos negros, dos índios, dos ciganos e dos migrantes, vítimas da xenofobia, é mais um sintoma de que a história não pode ser vista de forma única, homogênea, apenas pela óptica dos dominadores. Cada povo tem sua cultura, seus projetos e seu modo de vida, o que, por si só, questiona a visão etnocêntrica, a pretensa superioridade de uma civilização sobre a outra - no caso a branca, ocidental e cristã sobre as demais.

As vítimas do preconceito e do desemprego são hoje herdeiras de séculos de dominação e de exclusão social. Essa relação - passado e presente - constitui a essência da história. São as inquietações do presente que nos levam a reinterpretar o passado. A história é, portanto, uma ciência do presente.

A história não só está viva como é a própria vida. Quem ainda acha que história é "decoreba" inclua-se nela: é a melhor maneira de entendê-la.

Geraldo Teruya é professor do Curso e Colégio Anglo e do Didátika