domingo, 13 de maio de 2007

A DEMOCRACIA ESCRAVISTA GREGA


“Há muitas maravilhas mas nenhuma é tão maravilhosa quanto o homem... homem de engenho e artes inesgotáveis... soube aprender sozinho a usar a fala e o pensamento mais veloz que o vento... sagaz de certo modo na inventiva além do que seria esperar e na destreza, que o desvia às vezes a maldade, às vezes para o bem...”


Sófocles, Antígona 497-406 a.C.


“Foram as cidades-Estado gregas que, pela primeira vez na história, tornaram a escravidão absoluta na forma e dominante na extensão, transformando-a, de forma de trabalho auxiliar e complementar, em um sistemático modo de produção”.


Rezende Filho, Cyro de Barros. História Econômica Geral. São Paulo: Contexto, 1991, p.24.


“Temos um sistema político... que se chama democracia, pois se trata de um regime concebido, não para uma minoria, mas para as massas. Em virtude das leis (...), todas as pessoas são cidadãos iguais. Por outro lado, é conforme a consideração de que goza em tal ou tal domínio que cada um é preferido para a gestão dos nossos negócios públicos, menos por causa da sua classe social do que pelo seu mérito. E nada importa a pobreza: se alguém pode prestar serviço à Cidade, não é disso impedido pela obscuridade de sua categoria. É como homens livres que administramos o Estado... Obedecemos aos magistrados sucessivos, às leis e sobretudo, às que foram instituídas para socorro dos oprimidos (...).”


Discurso de Péricles em 430 a.C. Freitas, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. 2. Ed. Lisboa: Plátano, 1977, v. I, p. 68.


Os textos acima destacam alguns dos mais importantes aspectos da Grécia antiga, o antropocentrismo, o escravismo e a democracia.
Considerada como a mais expressiva civilização da antigüidade e fonte da cultura ocidental, devido ao seu rico legado artístico, sua Filosofia e Política. Claramente observado no Renascimento italiano, na Idade Moderna, que se inspirou em seus valores, colocando o homem, novamente, no centro do mundo, limitado apenas pela sua razão e vontade. Dois de seus elementos básicos merecem uma maior análise: o escravismo e a democracia.
Como a Península Balcânica não apresentasse condições ideais para a agricultura, os gregos buscaram sua sobrevivência no mar, fundando colônias e desenvolvendo um intenso comércio externo.
O crescimento da produção artesanal durante o período clássico dinamizou as práticas comerciais internas e externas, na maioria das cidades-Estado (menos em Esparta). A nova realidade fortaleceu a economia monetária, mas gerou novas necessidades: conquistar mais áreas consumidoras e fornecedoras de produtos. Toda essa expansão e produção econômica só foi possível com o trabalho escravo, utilizado nos mais variados setores e de forma predominante. Nascimento, dívidas e derrota em guerras de conquistas eram as principais maneiras de se obter escravos na Grécia antiga.
Dividida em cidades-Estado, a Grécia não formou um Estado unificado, apesar da sua unidade cultural. A autonomia política, econômica e social, gerou rivalidades e tensões internas, que levaram a Grécia à decadência e ao domínio macedônico. Nesse sentido conhecer sua história política exige o estudo de casos.
O conceito bem estruturado de cidadania, facilita o entendimento da democracia grega, ou melhor, ateniense.
As reformas de Clístenes institucionalizaram a democracia em Atenas, após diferentes formas de governo (monarquia, oligarquia e tirania), atingindo seu apogeu no governo de Péricles (século V a.C.).
Durante o “Século de Ouro” de Atenas (V a.C.) foi garantida a plena participação do cidadão (entendido como todo aquele que dispunha de direitos políticos, ou seja, homens livres, adultos, nascidos em Atenas e filhos de pai e mãe ateniense), por meio da igualdade de: direito de todos perante a lei (isonomia), direito de acesso à palavra na Assembléia e nos negócios (isegoria) e participação no poder (isocracia). Portanto a democracia ateniense era direta, enquanto a atual é representativa.
A dívida das sociedades ocidentais ao legado grego é imensa, por ter: marcado o início do pensamento racional, com seu desenvolvimento filosófico; ensinado a importância do equilíbrio, da perspectiva e proporção, para as artes; exaltado por completo o homem, com toda sua plenitude e vigor físico e introduzido os valores e princípios de cidadania e democracia.



2 comentários:

Anônimo disse...

Oooii arrovani!
ah eu li o texto do rato, muito
legal, gostei haha.
é o menos pior messsmo!
beijo :*

Anônimo disse...

Seria interressante voltar ao tempo e poder passar apenas um dia com os atenienses...Para tentar talvez compreender tais pensamentos que os faziam viver de tal modo...

A historia deles, deixa minha mente intrigada...
Rs...

Adorei professor...

BjOOo

S2